Dias da Música. A crise não atingiu a festa no CCB
O Festival fecha contas com uma receita superior a 147 mil euros
O festival “Dias da Música”, que decorreu entre sexta-feira e hoje no Centro Cultural de Belém (CCB), chega ao fim com quase 24 mil bilhetes vendidos e uma receita superior a 147 mil euros. Para o ano o tema é a voz.
O balanço ainda é preliminar, como salvaguardou logo no início de uma conferência de imprensa o presidente do CCB, António Mega Ferreira, e a contabilização foi feita até às 17:30 de hoje.
“Às 17:30 tínhamos cerca de 23.600 bilhetes vendidos para uma capacidade total de 29 mil lugares que foram disponibilizados este ano nos 65 concertos do programa”, revelou Mega Ferreira.
De acordo com o presidente do CCB, estes números significam uma taxa de ocupação de cerca de 80 por cento, “ligeiramente abaixo do ano passado”, mas que “vai ainda subir alguma coisa até ao final” do festival.
“Neste momento já tínhamos ultrapassado a previsão de receita que tínhamos, que era de 140 mil euros e já estávamos em 147 mil euros”, adiantou.
No que diz respeito à Fábrica das Artes, onde a programação é especialmente pensada para os mais pequenos, inscreveram-se nas atividades um total de 1.711 pessoas e a taxa de ocupação média foi de 97,13 por cento.
Para 2012, o tema do festival, segundo Mega Ferreira, é aquele que a organização sempre quis fazer desde o início da iniciativa, em 2007, mas que ainda não se tinha arriscado a fazer porque “era necessário consolidar a fórmula”.
“A fórmula tem de estar muito bem afinada para que tudo se contenha dentro dos limites orçamentais. É que a próxima edição é cara porque será dedicada à voz humana, seja ao canto através dos tempos, sobretudo a tradição ocidental de música, mas também aberta a outras culturas e a outras formas de expressão musical”, explicou Mega Ferreira.
Apesar deste ser um tema mais caro, o presidente do CCB garantiu que o orçamento do festival em 2012 será exatamente igual ao deste ano, 650 mil euros, e revelou que talvez venha a contar com a Orquestra e o Coro da Calouste Gulbenkian.
Questionado sobre se gostaria de ter da parte da tutela a garantia de poder gerir um orçamento a três anos, Mega Ferreira afirmou nunca ter tentado convencer o Ministério da Cultura dessa necessidade.
“É evidente que nós gostaríamos de contar com um horizonte financeiro mais estabilizado do que aquele que temos, mas nem sequer acho que este seja o momento para estar a exigir isso”, justificou.
Em declarações à Agência Lusa, a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, revelou ser “uma espetadora habitual e uma admiradora dos Dias da Música”, que assistiu a sete concertos, classificando o tema deste ano – “Da Europa ao Novo Mundo (1883-1945)” – como “aliciante” e “desafiante”.
“Em resumo este festival foi mais um sucesso extraordinário, englobou grandes nomes da cena internacional e abraçou os artistas portugueses”, sublinhou a ministra da Cultura.
Sobre o tema para o próximo ano – a voz humana – Gabriela Canavilhas foi entusiasta: “Fascinante porque para a voz humana foram provavelmente escritas das melhores partituras da história da música”.