terça-feira, 24 de maio de 2011

Legislativas 2011 à porta


Com as Eleições Legislativas 2011 à porta, torna-se importante saber em quem votar.

O principal assunto que serve de base a confrontos entre os adversários é, claramente, a questão da situação económica e financeira portuguesa. Mais recentemente fez-se alusão à já falada questão do Sistema Nacional de Saúde. José Sócrates considera que o "SNS vai a votos" no dia 5 de Junho, frase que se coloca como crítica implícita ao PSD.


A única coisa que parece não provocar divergência entre os partidos é a ocorrência de eleições antecipadas, que serão a única saída para o actual impasse político do país.

Como curiosidade, aqui fica uma infografia do Público, relativa às legislativas de 1976 até 2009. A peça conta com resultados gerais da votação, partido vencedor por distrito e número de deputados eleitos de cada partido.

Clique aqui para ver a infografia

segunda-feira, 23 de maio de 2011

The National em Portugal

Os The National estão em Portugal para dois concertos. A esta hora estão no Coliseu do Porto e amanhã estarão em Lisboa, no Campo Pequeno.

Para quem, como eu, não os vai poder ver ao vivo, aqui fica uma música - Slow Show do álbum de 2007: Boxer.


sábado, 14 de maio de 2011

Manuel António Pina vence Prémio Camões 2011

Este ano foi a vez de Manuel António Pina, jornalista e escritor português, ganhar o Prémio Camões. Este galardão é considerado o maior prémio literário a ser atribuído a um autor de língua portuguesa pelo conjunto da sua obra. 

Ontem, o escritor recebeu com surpresa a notícia desta vitória: "É a coisa mais inesperada que poderia esperar. (...) Nem sabia que estava hoje [dia 13 de Maio] a ser discutida a atribuição do prémio."


Este ano, a discussão da atribuição do prémio teve lugar no Brasil, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. 

O Prémio Camões não era atribuído a um escritor português desde 2007, altura em que António Lobo Antunes foi galardoado. 

Manuel António Pina já publicou dezenas de livros de poesia e de literatura infantil e só em 2003 se aventurou na ficção para gente graúda. Actualmente, assina uma crónica diária no Jornal de Notícias.

E para incitar a vontade de ficar a conhecer mais deste autor, deixo-vos um poema:

Eu não procuro nada em ti,
nem a mim próprio, é algo em ti
que procura algo em ti
no labirinto dos meus pensamentos.

Eu estou entre ti e ti,
a minha vida, os meus sentidos
(principalmente os meus sentidos)
toldam de sombras o teu rosto.

O meu rosto não reflecte a tua imagem,
o meu silêncio não te deixa falar,
o meu corpo não deixa que se juntem
as partes dispersas de ti em mim.

Eu sou talvez
aquele que procuras,
e as minhas dúvidas a tua voz
chamando do fundo do meu coração.
Eu não procuro nada em ti, Manuel António Pina


Aula Aberta na Academia dos Saberes

Há uns tempos, recebi um convite da minha professora de Português e Literatura dos 10º e 11º anos - prof. Emília Ralo - para estar na Academia dos Saberes da Universidade Sénior, em Loures, numa aula aberta sobre “O que lêem e escrevem os jovens de hoje”.

Na quinta-feira, dia 12, foi o dia de estarmos presentes (eu e dois colegas da mesma escola secundária) para falarmos um pouco das nossas experiências, como leitores e “escritores”, a pessoas que, agora, muitos anos depois, voltam à escola. Perguntas como O que lês? O que escreves? Quando, porquê? Quando despertaste para a leitura e para a escrita? O que contribuiu para esse interesse? e a leitura de uma produção nossa serviram de mote para a nossa exposição.

Devo dizer-vos que gostei imenso. Aquelas pessoas mostraram-se disponíveis para nos ouvirem e deram-nos uma oportunidade para provarmos que, afinal, como um deles disse, os jovens também se interessam pela cultura. Porque, sim, essa ideia feita ainda está muito carimbada nas pessoas, quanto mais não seja pela repetição insistente de frases como a juventude está perdida ou isto no meu tempo não era nada assim. Balelas, perdoem-me. Como em todas as gerações há pessoas que se mostram interessadas e outras não. Há pessoas que merecem o estímulo que lhes é dado, há outras que, por muito estimuladas que sejam, qualquer apelo será sempre infrutífero. É mesmo assim,  seja na literatura, nas artes, na política, no que for.

Foi muito agradável responder às perguntas, ver a reacção que tiveram àquilo que lhes lemos, receber todos os beijinhos no fim a as palavras entusiastas de quem via em nós um futuro mais colorido. Não que sejamos os maiores, mas talvez porque as ideias que estão formadas acerca de nós sejam bastante cinzentas. E acho que os nossos três exemplos conseguiram desmistificar um pouco isso. Pelo menos assim o espero.

Depois, tenho de revelar que fiquei encantada. Isto porque admiro verdadeiramente as pessoas como aquelas para quem falei na quinta-feira. Acho o conceito de Universidade Sénior fascinante e mais ainda fascinantes as pessoas que voltam a estudar tantos anos depois, mostrando, também, como me disse uma senhora, que as pessoas mais velhas não se interessam só pelas novelas da sic e da tvi, mas também gostam de ler, escrever, estar na internet e no facebook, confessou de sorriso aberto.

Para mim, futura jornalista, um senhor deixou um conselho: nunca inventes notícias. Há coisas a acontecer todos os dias, não é preciso inventar o que não existe. Assim o farei.

Um agradecimento a todos. Espero voltar. Quem sabe para fazer uma reportagem. Gostaria imenso e vou guardar a ideia.
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Nota: Para a semana, em princípio, vão chegar algumas fotografias.

Catarina Nunes
(podem ler o mesmo artigo e outras coisas minhas aqui)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Tão longe e tão perto

Hoje venho falar de dois assuntos distintos, mas que mereceram a minha atenção durante este dia.

O primeiro é o facto de o Hospital dos Capuchos se ter transformado num local de protesto. Eu acredito que, para além da confusão com as consultas de oftalmologia, as pessoas ainda vinham com força do dia do 1º de Maio.

O hospital garantiu que vai ter condições para que não haja mais situações destas. Mas a verdade é que ouvimos na televisão inúmeras pessoas a voltar para casa sem consulta e outras a desistir. Já todos sabemos que uma das realidades em Portugal são as listas de espera. E outra ainda: a falta de médicos. Mas vêm estrangeiros. Nada contra, a sério. Desde que este tipo de confusões acabe. Desde que o sistema nacional de saúde tenha credibilidade suficiente para lhe chamarmos isso e que todos tenhamos acesso ao mesmo tipo de serviços. Mas não é isso que acontece. Eu própria conheço alguém que foi para marcar uma consulta hoje de manhã e que desistiu mal chegou ao hospital. É ou não incrível que para consultas deste tipo haja apenas dois dias por ano para marcações? É tão óbvio que isso vai criar problemas! A afluência de pessoas ao Hospital dos Capuchos teve como causa esta boa organização. Ou então foi porque, de repente, todos acharam que estavam a ver mal quando leram: "Bin Laden morto".

Henricartoon (Sapo)

Pois é, o número um da lista dos procurados pelo FBI morreu hoje. Interessante é também o facto de os americanos terem sepultado o corpo de Bin Laden no mar. Para alguns muçulmanos, isso é um detalhe anedótico. E por acaso até é. Já vamos ver porquê mais à frente.

Outros duvidam de que Bin Laden esteja morto. Pudera, com Photoshop mal feito toda a gente vai duvidar das verdadeiras notícias. E aposto que quem conseguiu ver que a fotografia era montagem foi o único doente a conseguir consulta de oftalmologia! Vi comentários em todo o lado, porque gosto de ver a opinião das pessoas após notícias destas. Li dizerem que deitaram o corpo às águas do Paquistão porque ninguém iria aceitar receber o corpo. Li também dizerem que era uma estratégia dos Estados Unidos para reduzirem a força de Bin Laden ser uma grande figura de culto. Eu acho que não reduz nada. Li ainda (e acrescento: é ridículo) que deitaram o corpo na água por ser degradável e porque na terra podiam ir desenterrá-lo. Certo. Eu acredito na segunda hipótese...agora, por ser degradável? Eu sei que todos temos um Recycle Bin no Ambiente de Trabalho e que Bin (trash can) Laden (loaded) num inglês mais rasca possível é "cheio de lixo" (confirmem num dicionário), mas não levemos as coisas à letra.

Eu não tenho dúvidas de que o terrorista foi atirado às águas e de que está morto. Nem de que o teste de ADN foi feito antes disso. Houve tempo para tudo. Aliás, comprovem no Jornal de Notícias de hoje que foi encontrado por pescadores um cadáver a flutuar no mar a sul de Sagres. Também podem ler na versão online, na secção Faro > Vila do Bispo. Se contarmos com o facto desta ser uma notícia saída às 18h10...mesmo assim, foi rápido! Ainda fui ao site do Instituto de Meteorologia ver se percebia alguma coisa da ondulação, mas desisti. Agora, com a média da temperatura da água a 16º nem sequer enviam o senhor com uma pranchita, não fosse acordar pelo caminho? Mas vá, pelo sim pelo não, é melhor que Donald Trump exija a cédula de óbito de Osama.

Continuando, não entendo o porquê da queda do petróleo aquando do anúncio da morte de do senhor. Vamos ver se a descida do outro negro se reflecte numa queda dos preços da gasolina, do gasóleo, dos transportes. Gostava de me enganar, mas daqui a uns dias isto vai mudar tudo outra vez. Reacções psicológicas temporárias, dizem eles. Era bom que não fosse. É verdade, mantenham-se protegidos. Não vá entrar pelo vosso computador um dos novos vírus criados com isto tudo.

Vamos voltar ao nosso buraquinho. Em Portugal temos sempre em mente que nada nos acontece. Que no nosso cantinho à beira mar plantado há poucas tempestades, muita serenidade e que ninguém nos liga. Aqui não acontece nada - tirando a crise, claro. Mas as coisas estão tão longe como podem estar perto. Não nos podemos esquecer de que Portugal é aliado dos Estados Unidos. Vai ser a sua asa a defender-nos mas, muito provavelmente, seremos levados em voos com eles. Literalmente ou não. Acredito em retaliações mas também acredito na força da prudência. Digo ainda, acredito que Al-Qaeda é muito mais do que um só nome, muito mais do que um símbolo que teve o seu último dia hoje. Seja Al-Awlaki ou outro qualquer, isto não vai acabar por aqui.
A baixa portuense esteve em alta com os Zelig!

António Serginho na percussão, Peixe na guitarra e José Marrucho na bateria

O Alta Baixa recebeu no passado sábado os Zelig, no Maus Hábitos. Este evento mensal dá acesso, por apenas cinco euros, a três bares da rua Passos Manuel: Pitch, Passos Manuel e Maus Hábitos. Este mês, o concerto principal do Maus Hábitos ficou a cargo dos Zelig, banda alternativa/experimental formada no final de 2006, pelo Peixe (Ornatos Violeta, Pluto e Orquestra de Guitarras e Baixos Eléctricos), o Eduardo Silva (Pluto e Foge Foge Bandido), o Nico Tricot (Red Wings, Mosquito Stings, Electric Buttocks e Foge Foge Bandido), o António Serginho (Drumming, Nuno Prata, dagUida, Tchakare Kanyembe e Foge Foge Bandido) e o José Marrucho (Jazz Big Bands). O primeiro e único álbum deles, que pode ser comprado aqui, foi lançado há quase um ano - a 31 de Maio de 2010.


No concerto tivemos direito às 13 músicas de Joyce Alive! e ainda a duas de encore. Foi uma hora cheia de energia electrizante, preenchida não só por instrumentos dos mais comuns, como a bateria, o teclado, o contrabaixo ou a guitarra, mas também pelos mais bizarros e menos vistos, como o serrote com arco, o vibrafone e até frigideiras, latas e chapas! Com uma mistura de rock, jazz e música erudita, os cinco músicos conseguem facilmente conquistar o público e pô-lo a dançar.

António Serginho na percussão
José Marrucho na bateria, Peixe na guitarra, Eduardo Silva no contra-baixo e Nico Tricot na flauta

Há quase um ano que queria vê-los ao vivo, e ainda não tinha conseguido. Estes cinco euros foram muito, muito bem empregues - e nem foi pela possibilidade de ir ao Pitch ou ao Passos Manuel, foi mesmo apenas por este concerto fantástico. Já perto do final, um CD foi atirado para o público, pelo Serginho, "como se atira o bouquet da noiva", explicou o Peixe num tom bastante divertido.

José Marrucho na bateria

Nico Tricot no serrote com arco

Eduardo Silva no contra-baixo
Nota: Fotografias de Íris Rocha.

Vira o disco e Troika o mesmo II

Vira o disco e troika o mesmo II by franciscomgmendes

domingo, 1 de maio de 2011

1º de Maio - Dia do Trabalhador e não só


Protestos de trabalhadores assinalam o 1º de Maio em todo o mundo


RTP regista momentos altos da cerimónia de beatificação de João Paulo II


Hoje é Dia da Mãe


Coreografia no Palácio do Gelo assinala Dia Mundial da Dança